INDIGNAÇÃO
(Santa Maria)
Tentei falar...
Dizer o quê de tudo isso,
Que serem humanos não têm compromisso,
Nem responsabilidade!
Seria maldade de minha parte
Emanar esse sentimento,
A dor do momento é maior...
Nada é pior do que a impotência
Diante dessa barbárie.
Quem são as vítimas?
Os que foram?
Ou os que ficaram...
Os pais que deverão amar a ausência...
Apegar-se a lembranças dos filhos,
Viver no exílio do amor.
Culpar-se por permitir que a prole
Simplesmente viva a vida!
Qual pai, qual mãe não deseja que
Seus descendentes sejam felizes!
E agora, o que devo dizer
Para confortar?
Há algo que conforte?
Nada encontro a não ser a fumaça da morte.
Agora vamos em frente
Empurrados pelo passado.
No futuro seus nomes constarão
Apenas nas lápides e na história,
Nos diplomas imaginários,
Nos doutores que jamais existirão.
Acabou-se a farra...
Acabou-se a alegria...
O riso, as piadas, os trocadilhos,
Os dias de estudos...
As paqueras...
Não há crédito para torpedos.
Para os que foram... fim.
Para os que ficaram...
A decadência... brandamente.
Lajeado, 30 de janeiro de 2013.
Luiz de Castro Bertol