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domingo, 3 de julho de 2011

RANCHO DE QUINCHA


No comando do Patrão Décio
Um rancho foi erguido,
Espelhando a casa de um  peão
De um trinta e cinco já ido.
Telhado de capim santa-fé,
Chão batido de assoalho
Paredes de costaneiras,
Porta sem fechadura ou cadeado.

Cobertura de tabuinha
Foi moderno no passado,
Só usufruíam destes requintes
Aqueles mais abastados.
O capim santa-fé cobria os galpões,
Reduto da peonada,
União de fogo e fumaça,
Mate-amargo, gaita e patacoada.

Tramela não faz parte do galpão
Que é um aconchego para os amigos,
Seja para tomar  mate,
Ou para receber quem pede abrigo.
O tição está sempre aceso,
Cuia e a erva estão ao lado,
Enche a cambona d’água,
Escuta a canção do pago.

Cancela é a nossa porteira,
Feita por causa do pastoreio,
Não deves botar reparo,
Aprochega-te, sem receio.
A hospitalidade do rancho
É uma semente caudilha,
Que faz brotar os tempos de glórias
Deste Rio Grande coronilha.

As árvores frondosas e a quincha
Sempre deram guarida,
Seja como pouso dos carreteiros,
Ou para o descanso dos tropeiros na lida.
Patrão-Velho nos deu a coragem
Pra lutar por liberdade,
Assim nasceu a República Rio-Grandense,
Todos conhecem esta verdade.
 
O C.T.G. é uma picada,
Uma trilha aberta pelos antepassados,
É o tempo de ontem
Neste galpão atrelado;
É a honra dos farroupilhas
Merecedores desta homenagem,
É o fogo de chão,
Chama crioula da eternidade.

Este rancho atrelado ao C.T.G.
É símbolo do meu pago,
É o túnel do tempo,
Uma imagem, um recado;
É o costume dos peões
Neste ranchito sem luxo,
É a imortalidade dos  Farroupilhas,
É a tradição que honra os gaúchos.

17.08.2001
Luiz de Castro Bertol


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